PACKAGING   |   DESIGN DE EMBALAGEM
MASSAVILHA
PT   E se nossas ideias pudessem tomar novas formas e cores, fazendo um brinde a novas perspectivas? Foi nessa onda que surgiu a “Massavilha”, uma cerveja artesanal do tipo New England IPA produzida pela Incógnita Companhia Cervejeira, de Belo Horizonte (MG). Com o nome herdado de uma canção da banda Som Nosso De Cada Dia — ícone do rock psicodélico progressivo dos anos 70 no Brasil —, a bebida busca representar o tropicalismo brasileiro marginal por meio de um produto de sabor pronunciado, suculento e rebelde.
Para dar o toque final a essa receita, projetei um rótulo com formas orgânicas e tons ácidos — magenta, azul ciano e verde limão —, que fizesse referência à iconografia típica das expressões psicodélicas nacionais dos anos 70 e comunicasse os atributos do produto. Ao quebrar a narrativa visual retangular esperada em uma lata, o rótulo traz informações fluidas, quase como se derretidas diante dos olhos do consumidor, dando ao consumidor uma prévia da "onda" a ser apreciada.
EN   What if our ideas could take on new shapes and colors, toasting new perspectives? That's the wave that gave rise to "Massavilha," a New England IPA craft beer produced by Incógnita Companhia Cervejeira in Belo Horizonte, Brazil.
Named after a song by Som Nosso De Cada Dia—an icon of Brazilian progressive psychedelic rock from the 1970s—the beer seeks to represent Brazilian marginal tropicalism through a product with a pronounced, juicy, and rebellious flavor.
To give this recipe the perfect touch, I designed a label with organic shapes and acid tones—magenta, cyan blue, and lime green—referencing the iconography typical of Brazilian psychedelic expressions of the 1970s and communicating the product's attributes.
Breaking the expected rectangular visual narrative on a can, the label features fluid information, almost melting before the consumer's eyes, giving them a preview of the "wave" to be enjoyed.
PT   ​​​​​​​Em sintonia com o desejo da Incógnita de homenagear expressões estéticas brasileiras que fogem do circuito mainstream, busquei, nas produções visuais de bandas de rock progressivo psicodélico, a inspiração para o projeto do rótulo da Massavilha. A pesquisa pelo material gráfico da época nos ajudou a resgatar expressões pouco exploradas de brasilidade, como o protagonismo do lettering no projeto gráfico. Esse é um aspecto importante num momento em que precisamos reiterar a pluralidade de identidades e histórias que compõem a trajetória cultural de nosso país.
As cores ácidas e as formas orgânicas do rótulo comunicam, de maneira rápida, o tom brincalhão e rebelde da Incógnita, bem como da bebida que ela propõe. Além disso, a ideia de usar um adesivo vazado nos permitiu convidar a boa e velha lata de alumínio para o palco do projeto gráfico.
Com baixo orçamento e muita vontade de “inventar e desinventar”, revisitamos e homenageamos velhas receitas para criar expressões novas: a Incógnita criou a sua própria New England IPA, e eu, uma peça psicodélica contemporânea.
EN   Aligned with Incógnita's desire to celebrate Brazilian aesthetics beyond the mainstream, I found inspiration in the visual productions of psychedelic progressive rock bands for the Massavilha label design.
Researching period graphic material helped us rescue underexplored expressions of Brazilian identity, such as the prominence of lettering in graphic design. This is especially important at a time when we need to reiterate the plurality of identities and histories that make up our country's cultural trajectory.
The label's acid colors and organic shapes quickly convey Incógnita's playful and rebellious tone, as well as the beverage it proposes. Moreover, the idea of using a die-cut sticker allowed us to invite the good old aluminum can to the graphic design stage.
With a low budget and a lot of desire to "invent and reinvent," we revisited and honored old recipes to create new expressions: Incógnita created its own New England IPA, and I, a contemporary psychedelic piece.
FICHA TÉCNICA
Direção de Criação & Designer Gráfico: Pedro Carvalho
Texto: Ana Carolina Rodarte
Fotos: Gabriel Almeida